Na tentativa de encontrar suplementos proteicos
alternativos, pesquisadores, de universidades da Austrália, desenvolveram uma pesquisa para melhorar a metodologia de isolamento das proteínas
presentes na semente de Linhaça. Embora esse texto não tenha o interesse de
abordar esse tema, é importante lembrar que a semente de linhaça é mundialmente
conhecida pelo seu óleo. Após a extração do óleo, resta uma massa chamada de
torta que contém água, proteínas, carboidratos e cinzas, e pode ser utilizada
para a produção de ração animal.
No entanto, a utilização dessa torta como alternativa
proteica para a alimentação humana despertou o interesse de Kaushik et al.
(2016). Nessa pesquisa, eles desenvolveram uma técnica para aprimorar o
isolamento das proteínas existentes na torta e, em seguida, determinaram quais
aminoácidos estavam presentes nessa proteína isolada da semente de linhaça.
Kaushik et al. (2016) chegaram a um rendimento no
isolamento de proteína igual a 90 % e a análise dessa proteína demonstrou a
presença de quantidades interessantes de aminoácidos. Os aminoácidos e as respectivas
quantidades encontradas pelos autores estão presentes na tabela 1.
O que chama a atenção é a presença de todos os
aminoácidos essenciais, aqueles que não são produzidos pelo corpo humano, e a
relação Lisina/Arginina de cerca de 0,25. Pesquisadores discutem a relação
Lisina/Arginina as considerando antagónicas, mas sem uma comprovação efetiva de
qual deva ser consumida em maior quantidade diariamente. Kaushik et al. (2016)
afirmam que a alta concentração de Arginina em relação a Lisina é interessante
para bebes nascidos prematuramente, pois nesses casos o corpo ainda em formação
não teria capacidade de produzir arginina. Atualmente suplementos à base de
Arginina também são vendidos livremente em casas de suplementarão esportiva com
promessas interessantes.
Em uma outra pesquisa, Butorov (2013) observou que
o excesso de Lisina no plasma sanguíneo poderia estar diretamente relacionado à
velocidade de replicação do vírus da AIDS (SIDA), ou seja, sua hipótese
defende que quanto maior a concentração de Lisina no plasma, maior seria a
velocidade de replicação do vírus e, consequentemente, mais rápido o progresso
da doença. Fazendo uma leve aceleração, se a hipótese de Butorov (2013) estiver
correta talvez a utilização de isolado de proteína da semente de linhaça possa
ser utilizado como fonte proteica para portadores do vírus da AIDS (SIDA), como
forma de reduzir a velocidade de progressão da doença. Vamos esperar para ver
as conclusões desses trabalhos.
Maiores informações podem ser conseguidas diretamente
nos artigos de Kaushik et al. (2016) ou de Butorov (2013).
Butorov, E. V. (2013) Relationship between plasma l-lysine concentrations and levels of HIV-1 RNA, Virulence, 4:7, 646-653, DOI: 10.4161/viru.26361.
Kaushik, P., Dowling, K., McKnight, S., Barrow, C.J., Wang, B., Adhikari, B. (2016) Preparation, characterization and functional properties of flax seed protein isolate, Food Chemistry, 197, 212-220. http://dx.doi.org/10.1016/j.foodchem.2015.09.106
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