sábado, 23 de janeiro de 2016

Linhaça como fonte de isolado proteico

Na tentativa de encontrar suplementos proteicos alternativos, pesquisadores, de universidades da Austrália, desenvolveram uma pesquisa para melhorar a metodologia de isolamento das proteínas presentes na semente de Linhaça. Embora esse texto não tenha o interesse de abordar esse tema, é importante lembrar que a semente de linhaça é mundialmente conhecida pelo seu óleo. Após a extração do óleo, resta uma massa chamada de torta que contém água, proteínas, carboidratos e cinzas, e pode ser utilizada para a produção de ração animal. 

No entanto, a utilização dessa torta como alternativa proteica para a alimentação humana despertou o interesse de Kaushik et al. (2016). Nessa pesquisa, eles desenvolveram uma técnica para aprimorar o isolamento das proteínas existentes na torta e, em seguida, determinaram quais aminoácidos estavam presentes nessa proteína isolada da semente de linhaça.


Kaushik et al. (2016) chegaram a um rendimento no isolamento de proteína igual a 90 % e a análise dessa proteína demonstrou a presença de quantidades interessantes de aminoácidos. Os aminoácidos e as respectivas quantidades encontradas pelos autores estão presentes na tabela 1. 
O que chama a atenção é a presença de todos os aminoácidos essenciais, aqueles que não são produzidos pelo corpo humano, e a relação Lisina/Arginina de cerca de 0,25. Pesquisadores discutem a relação Lisina/Arginina as considerando antagónicas, mas sem uma comprovação efetiva de qual deva ser consumida em maior quantidade diariamente. Kaushik et al. (2016) afirmam que a alta concentração de Arginina em relação a Lisina é interessante para bebes nascidos prematuramente, pois nesses casos o corpo ainda em formação não teria capacidade de produzir arginina. Atualmente suplementos à base de Arginina também são vendidos livremente em casas de suplementarão esportiva com promessas interessantes.  

Em uma outra pesquisa, Butorov (2013) observou que o excesso de Lisina no plasma sanguíneo poderia estar diretamente relacionado à velocidade de replicação do vírus da AIDS (SIDA), ou seja, sua hipótese defende que quanto maior a concentração de Lisina no plasma, maior seria a velocidade de replicação do vírus e, consequentemente, mais rápido o progresso da doença. Fazendo uma leve aceleração, se a hipótese de Butorov (2013) estiver correta talvez a utilização de isolado de proteína da semente de linhaça possa ser utilizado como fonte proteica para portadores do vírus da AIDS (SIDA), como forma de reduzir a velocidade de progressão da doença. Vamos esperar para ver as conclusões desses trabalhos.

Maiores informações podem ser conseguidas diretamente nos artigos de Kaushik et al. (2016) ou de Butorov (2013).

Butorov, E. V. (2013) Relationship between plasma l-lysine concentrations and levels of HIV-1 RNA, Virulence, 4:7, 646-653, DOI: 10.4161/viru.26361.

Kaushik, P., Dowling, K., McKnight, S., Barrow, C.J., Wang, B., Adhikari, B. (2016) Preparation, characterization and functional properties of flax seed protein isolate, Food Chemistry, 197, 212-220. http://dx.doi.org/10.1016/j.foodchem.2015.09.106









Nenhum comentário:

Postar um comentário