López-Marcos et al. (2015) desenvolveram uma
pesquisa na Escuela Politécnica Superior de Orihuela,
Espanha, sobre utilização de fibras dietéticas provenientes de subprodutos
da indústria alimentícia no enriquecimento de outros alimentos. Existem
comprovações científicas de que a inserção de altas taxas de fibras alimentares
(dietéticas) na dieta melhore a saúde gastrointestinal, reduza o risco de
desenvolvimento de câncer (principalmente no sistema gastrointestinal),
melhore a digestão de lipídios e auxilie na manutenção do peso (Lunn and
Buttriss 2007; Viuda-Martos et al. 2012). Um outro fator é que
existem ainda grandes desperdícios na cadeia produtiva alimentícia e
encontrar valor agregado aos subprodutos auxiliaria na redução da poluição
e no aumento do faturamento das empresas.
Os autores estudaram as fibras alimentares das
indústrias de suco de limão, de toranja ("grapefruit"), de romã e de
chufa ou "tiger nut" (Cyprus esculentus), e da
indústria de sorvete de limão. Nessa pesquisa era desejado descobrir se as
fibras dietéticas, provenientes das fontes estudadas, teriam capacidade de
absorver colesterol. Isso é interessante, pois como as fibras não são
digeridas, a absorção do colesterol por elas poderia reduzir a disponibilidade
de colesterol assimilável pelo corpo humano.
Dos resultados, foi observado que
1.33 g de fibra alimentar de romã é capaz de absorver em média 71,41 % do
colesterol presente em 20 gramas de óleo de girassol adicionado de colesterol
(100 mg de colesterol por kg de óleo de girassol). Enquanto as
demais fibras ficaram dentro de uma faixa de absorção entre 20 e 30 %
seguindo o mesmo experimento. Infelizmente, esses testes ainda não foram
comprovados em seres vivos ou em sistema digestório artificial. No entanto, fica
uma informação interessante no ar com a possibilidade de
novas descobertas em breve, pois, se existir a confirmação dos resultados,
alimentos ricos em colesterol poderão ser enriquecidos com fibras dietéticas de
romã como forma de reduzir a absorção do colesterol pelo corpo humano. Vamos
esperar para ver!
Mais informações podem ser conseguidas nos artigos abaixo.
López-Marcos, M. C., Bailina, C., Viuda-Martos, M., Pérez-Alvarez, J. A., Fernández-López, J. (2015). Properties of Dietary Fibers from Agroindustrial Coproduces as Source for Fiber-Enriched Foods. Food Bioprocess Technol, 8:2400–2408, DOI 10.1007/s11947-015-1591-z.
Lunn, J., & Buttriss, J. L. (2007). Carbohydrates and dietary fibre. British Nutrition Foundation. Nutrition Bulletin, 32, 21–64.
Viuda-Martos, M., Sánchez-Zapata, E., Martín-Sánchez, A., Fernández-López, J., Sendra, E., Sayas, E., Navarro, C., & Pérez-Alvarez, J. A. (2012). Dietary fiber and Health. In S. S. Cho, & N. Almeida (Eds.), Technological properties of pomegranate (Punica granatum L.) peel extract obtained as coproduct in the juice processing, Chap. 31 (pp. 433–442). Boca Raton: CRC Press.
Nenhum comentário:
Postar um comentário