Muitos estudos têm demonstrado que o consumo moderado de
bebidas alcoólicas pode trazer benefícios à saúde, reduzindo o risco de morte
dos consumidores em todos os casos estudados quando comparados
aos abstêmios. O consumo moderado, de uma a duas doses de bebidas
alcoólicas por dia, tem-se mostrado válido no combate ao stress, doenças
cardíacas, diabetes, alta pressão sanguínea, derrame, etc.
No entanto, as boas características das bebidas
alcoólicas não estão ligadas ao álcool, mas sim às quantidades significativas
de antioxidantes, como fenóis e polifenóis, presentes nas
bebidas alcoólicas. O vinho é um ótimo representante de
bebida alcoólica contentora de altos índices de antioxidantes.
Todavia, outras
bebidas alcoólicas, como a cerveja, que é uma das bebidas alcoólicas mais
consumidas no Brasil, também apresentam quantidade de antioxidantes. Portanto,
o consumo moderado de cerveja também pode influenciar na melhora considerável
da saúde.
A quantidade de antioxidantes presente na cerveja é um
fator crítico para a saúde e, pensando nisso, Moura-Nunes et al. (2016)
estudaram a composição e a capacidade antioxidante de compostos fenólicos
de cervejas brasileiras.
Nesse estudo, Moura-Nunes et al. (2016) observaram que
cervejas mais amargas, determinadas pelos altos valores de Bitteeness
(B.U), apresentaram maiores quantidades de antioxidantes. Isso é interessante,
pois mostra uma relação interessante entre amargor e presença de antioxidantes,
correspondente com pesquisas em vinhos.
Outro ponto a ser analisado aqui, é que os antioxidantes
das cervejas brasileiras , embora em quantidades similares com os padrões internacionais, diferiram em composição das cervejas europeias.
Dessa forma, pesquisas feitas na Europa relacionando consumo moderado de
cerveja com melhora na saúde não poderiam ser diretamente aplicadas ao Brasil,
uma vez que as composições dos antioxidantes são significativamente
diferentes.
Concluindo, pesquisas que relacionem o
consumo de cerveja brasileira com o impacto na saúde devem ser feitas nos
mesmos moldes das pesquisas europeias já publicadas. Dessa forma seria possível
identificar se é apenas a ingestão de antioxidantes que melhora a saúde, ou se
determinados tipos de antioxidantes tem mais potência.
Valeu galera e até o próximo texto. Se curtiu se inscreve ai :)
Até o próximo.
Moura-Nunes, N. et al. Phenolic compounds of Brazilian beers from different types and styles and application of chemometrics for modeling antioxidant capacity. Food Chemistry 199, 105–113 (2016).